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Tubos de ventilação

Uma característica importante de algumas das doenças do ouvido é o seu desenvolvimento silencioso, que, em alguns casos, pode transcorrer por toda a infância sem diagnóstico e tratamento adequados.

Algumas crianças têm infecções de repetição nos ouvidos, ou otites; outras retêm secreções dentro do ouvido médio, atrás do tímpano; e há aquelas que apresentam alterações da estrutura da membrana timpânica porque a tuba auditiva não está funcionando o suficiente para permitir a entrada do ar para dentro do ouvido, ou por algum outro motivo.

A perda da audição que pode acompanhar essas doenças é percebida pelos pais ou pela professora, pois algumas vezes a criança apresenta distúrbios de comportamento e de aprendizagem, devido à inabilidade de comunicação. Os tubos de ventilação do ouvido (drenos ou tubinhos) são colocados no tímpano e permitem que o ar entre na cavidade do ouvido da criança.

Os tubos permanecem na membrana timpânica por cerca de seis meses e, em geral, são expelidos naturalmente. A peque na perfuração timpânica deixada pela saída do tubo costuma cicatrizar espontaneamente.

Na maioria das vezes, os tubos de ventilação contribuem para o tratamento das otites, e em alguns casos muito especiais há necessidade de recolocá-los. Esta é a cirurgia de pequeno porte mais realizada na infância. A cirurgia da adenoide muitas vezes acompanha a colocação dos tubos de ventilação. Estima-se que pelo menos 1 milhão de pares de tubos de ventilação sejam colocados, anualmente, em crianças nos Estados Unidos.

Cerca de 2% das crianças com tubo de ventilação desenvolverão episódios de purgação do ouvido (otorréia). Essa purgação poderá ser desencadeada por episódios de gripe ou resfriados, ou pela entrada de água no ouvido que ocorre em circunstâncias especiais. O tratamento deverá ser acompanhado pelo médico otorrino e poderá ser feito com gotas otológicas ou com antibióticos.

Em uma minoria dos casos a otite pode não evoluir bem, apesar de todos os tratamentos disponíveis na atualidade. O acompanhamento criterioso feito pelo otorrino e a monitoração da audição são indispensáveis nessas circunstâncias.

Texto extraído do livro Cuidando dos Ouvidos, Nariz e Garganta das Crianças – Guia de Orientação. Escrito pela Dra. Tania Sih e Dr. Ricardo Godinho – São Paulo 2018 (Primeira Edição em 2005).