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Corpo estranho no nariz

A curiosidade contribui muito para que a criança introduza objetos no nariz e nos ouvidos.

Na maioria das vezes, a narina onde está presente o corpo estranho começa a produzir secreção. Nos primeiros dias a secreção é clara e sem cheiro. Com o passar do tempo, torna-se espessa, amarelada e com odor mais forte. Se o corpo estranho permanecer por mais tempo, poderá ocorrer a formação de secreção purulenta, com sangue e odor muito marcante.

Uma característica evidente é a presença de secreção em apenas uma narina da criança. Até prova em contrário, esse é um sinal da presença de corpo estranho e justifica uma consulta médica.

Os principais objetos colocados no nariz são: contas de colares, borrachas e sementes. Além desses, também é comum encontrarmos espumas, papel e plásticos.

Os materiais orgânicos causam maior reação: produz-se mais secreção e o odor é mais forte. Os materiais inorgânicos causam menor produção de secreção. Em casos raros, esse material pode até se petrificar na narina.

Algumas crianças informam ter colocado um objeto no nariz e não têm certeza se ele ainda permanece lá dentro. Ficam com medo de acontecer algo errado no nariz e avisam os pais. Outras começam a assoar o nariz repetidamente. Algumas crianças menores podem ficar irritadas e passam a esfregar o nariz com frequência.

Mas há crianças que escondem a situação. É comum a mãe sentir cheiro desagradável na cabeça da criança sem identificar o local de origem. Muitas vezes as mães lavam incessantemente o cabelo das crianças acreditando que assim eliminarão a origem do odor desagradável.

Em adolescentes ou adultos jovens, usuários dependentes de drogas químicas aspiradas, como cocaína, além da irritação e corrosão do septo nasal, podem-se encontrar rinolito (pedra) dentro da narina, com necessidade de remoção cirúrgica.

Texto extraído do livro Cuidando dos Ouvidos, Nariz e Garganta das Crianças – Guia de Orientação. Escrito pela Dra. Tania Sih e Dr. Ricardo Godinho – São Paulo 2018 (Primeira Edição em 2005).