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Antibióticos

Os antibióticos são muito importantes para o tratamento das infecções dos ouvidos, do nariz e da garganta, mas somente devem ser utilizados com prescrição médica.

Alguns pais, no entanto, entendem que o uso de antibióticos não é bom, outros não gostam que suas crianças usem antibióticos com frequência.

O medo de usar o antibiótico no tratamento dos filhos tem uma explicação interessante: somente doentes usam antibióticos! O antibiótico está associado a um evento negativo em nossas vidas e na de nossos filhos. Portanto, associamos o uso dos antibióticos com doença, daí o medo.

Por outro lado, algumas mães adoram os antibióticos e somente ficam tranquilas quando saem do consultório com uma receita de antibiótico para seu filho.

Entre esses dois extremos, de rejeição ou total aceitação, é preciso saber mais sobre este medicamento tão importante.

Antes da descoberta da penicilina, que foi o primeiro antibiótico, muitas crianças morriam de doenças que hoje são tratadas ou evitadas com o uso desses medicamentos importantes.

A ciência médica e a história da humanidade demonstram o grande valor do uso criterioso de antibióticos e, da mesma forma, os riscos da sua utilização. O diagnóstico preciso da doença, realizado pelo médico, poupa a criança de receber antibióticos desnecessários. Gripes não complicadas e outras viroses não necessitam de antibióticos. Portanto, a forma de utilização do medicamento torna-se um determinante importante dos seus benefícios.

Além disso, os antibióticos que usamos atualmente para tratar as infecções de ouvido, nariz e garganta não danificam, não mancham e nem escurecem os dentes.

O entendimento do papel adequado dos antibióticos tem sido confortador para muitos pais.

Os nossos reais inimigos são os microorganismos (vírus e bactérias) e as condições adversas do meio ambiente em que vivemos. Poluição e fumaça do cigarro também são nossos inimigos. Mudanças climáticas intensas e bruscas afetam de maneira negativa tanto o meio ambiente como a nossa saúde.

Muitas doenças são autolimitadas, ou seja, o próprio organismo da criança consegue resolver sozinho os transtornos relacionados à infecção, sem o auxílio de antibióticos. O uso intempestivo ou sem critérios dos antibióticos pode dificultar o diagnóstico de algumas doenças, retardar o tratamento correto e favorecer o surgimento de bactérias resistentes.

A confiança no seu médico é fundamental. Quando existe um relacionamento sólido entre o médico e a família, com possibilidade de reavaliação após 24-48 horas, podem-se evitar muitas prescrições de antibióticos. Entretanto, precisamos reconhecer que os antibióticos, quando bem indicados, são muito úteis.

Texto extraído do livro Cuidando dos Ouvidos, Nariz e Garganta das Crianças – Guia de Orientação. Escrito pela Dra. Tania Sih e Dr. Ricardo Godinho – São Paulo 2018 (Primeira Edição em 2005)