A perda auditiva é a deficiência sensorial mais frequente da infância. Estima-se que a cada mil bebês, um ou dois nascem com perda auditiva. Acredita-se que cerca de 10% dos escolares tenham perda auditiva leve ou flutuante.
A perda da audição pode ser leve, moderada ou profunda.
A surdez é considerada uma perda profunda da audição. Crianças surdas têm mais chances de desenvolver a fala se forem diagnosticadas e conduzidas adequadamente no decorrer do primeiro ano de vida, seja com o implante coclear ou com a adaptação da prótese auditiva. Existe um número muito grande de deficientes auditivos ou surdos que usam aparelho auditivo. Entretanto, poucos têm a chance de “usar” o implante coclear.
Crianças podem nascer com perda auditiva, manifestá-la nos primeiros meses de vida (perda auditiva pré-lingual) ou em qualquer outro momento da infância ou da adolescência.
Alterações no conduto auditivo externo ou ouvido médio impedem a transmissão normal da onda sonora, causando a perda da audição; mas a causa pode também ser uma lesão na cóclea, nas vias auditivas (nervo auditivo, tronco cerebral, vias auditivas centrais) ou no córtex auditivo cerebral. Além disso, a perda da audição pode ser causada por malformações durante a gestação, defeitos genéticos, vírus, bactérias e algumas substâncias tóxicas.
Pode-se diminuir as chances de ocorrer perda auditiva na infância ao se vacinar crianças contra meningite, assim como é imperativo vacinar contra rubéola todas as mulheres que pretendem engravidar.
Cuidado com o barulho emitido pelos brinquedos eletrônicos. Ruídos de apitos, buzinas, sirenes e disparos tão frequentes nos brinquedos infantis, podem lesar o ouvido interno de maneira irreversível, causando perdas de audição, irritabilidade e até zumbidos.
A utilização prolongada em alto volume de walkman, mp3, Ipods etc., pode lesar os ouvidos levando a perdas irreversíveis de audição e até o aparecimento de zumbidos. O uso abusivo desses equipamentos é muito comum entre adolescentes e pré-adolescentes.
Texto extraído do livro Cuidando dos Ouvidos, Nariz e Garganta das Crianças – Guia de Orientação. Escrito pela Dra. Tania Sih e Dr. Ricardo Godinho – São Paulo 2018 (Primeira Edição em 2005).